Meu terceiro tombo de moto foi o mais engraçado de todos que tive. Graças a Deus, mais uma vez, não tive nenhum arranhão pelo corpo e nem a moto.
Este agora foi com uma Kawasaki Ninja ZX 14. Um monstro de 1400 cc e mais de 200 hp que eu nunca usei nem metade deles. Rs !
Tudo aconteceu por pura preguiça. Eu guardava minha moto em um vaga de garagem que era presa pelo meu carro mesmo. Eram 2 vagas em linha. Mas como meu vizinho de vaga do lado não parava o carro dele ali, eu sempre saía com a moto pela vaga dele sem ter que tirar o carro.
Pois bem, num sábado de manhã eu desci para sair com a moto e quando chego na garagem, havia um carro na vaga do vizinho por onde eu saia com a moto.
Botei o capacete no retrovisor, liguei a moto para esquentar e fui dar uma olhada na situação para ver se tinha como eu sair pela lateral do carro.
Tudo porque estava com preguiça de pegar o elevador e ir buscar a chave do meu carro.
Examinei alguns minutos e entendi que dava sim para passar com a moto pela lateral do carro do vizinho, entre o meu carro e o dele.
Coloquei o capacete, tirei a moto do descanso e comecei a manobra. Com os pés levei a moto para trás até passar pela pilastra que ficava ao meu lado direito. Passei com a moto quase toda para dar espaço de manobra porque a moto era muito grande. Por isto também achei por bem ligar a moto para passar devagar pois ficar empurrando aquele monstro não estava fácil.
Neste momento aconteceu o inesperado! A frente da moto passou tranquilo mas quando minha perna passou ao lado de um cano de água não esperava que o cadarço da minha bota fosse ficar preso em um parafuso mais proeminente !
Como não percebi de imediato, só me dei conta da situação quando a moto travou e começou a tombar!
Coloquei a perna esquerda no chão para segurar e fiquei naquela posição ridícula de X. Uma perna presa pelo cadarço na pilastra e a outra esticada para frente tentando segurar a moto.
Tentei com todas as minhas forças voltar com a moto na perna esquerda para desagarrar o cadarço. Mas minha perna esquerda não presta nem para subir no ônibus. Tentei então puxar a perna direita para arrebentar o cadarço. Mas ô trem forte ! Nem começou a arrebentar.
Tentei chamar o zelador para ver se eu dava sorte dele estar por ali. Mas com o capacete meus gritos foram em vão. E não passou uma viva alma naquela garagem para me ajudar a empurrar a moto para trás, o que eu não sei se foi tão ruim assim diante do ridículo da cena.
Só me restou então deixar a moto tombar e eu por cima dela ! Consegui soltar a bota e me levantar rindo daquela situação ridícula.
Dali em diante nunca mais deixei meus cadarços com muito espaço na bota. Dou sempre dois laços e ainda prendo de novo para não ficar nada solto.