A Elegância do Comportamento

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam.

E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante reconhecer velhos amigos ou conhecidos. Super deselegante fazer de conta que não os viu.

É elegante guardar opiniões religiosas e políticas quando se percebe que é constrangedor para alguém.

É elegante não dirigir pela esquerda, alguém pode precisar passar (às vezes para salvar uma vida).

É elegante não obstruir a passagem de ninguém seja pelo motivo que for. Se está procurando uma loja, por exemplo, faça isso a pé, estacione o carro e deixe o trânsito fluir.

É elegante não estacionar em fila dupla se você não pode proceder à retirada do veículo em menos de 30 segundos a partir do alerta.

É elegante não obstruir escadas rolantes e passarelas, alguém pode ter motivo de pressa!

É elegante ser objetivo numa fila de bufet e, caso não possa, oferecer imediatamente passagem, alguém pode ter apenas 10 minutos para almoçar.

É elegante responder sempre a convites e correspondências diretas.

É elegante ser cordial e amistoso com todos. Caso não possa, não compartilhe das atitudes, peça discretamente licença e vá a outro ambiente por alguns minutos ou se retire, sempre alegando necessidade e nunca sugerindo que se deve à ação ou atitude de outras pessoas: você não é professor do mundo ou educador dos filhos alheios.

É elegante ser honesto e franco sem ser agressivo. Dar desculpas, em geral, é muito deselegante.

É elegante ouvir com calma e, caso não seja possível, informar que tem pressa e perguntar a melhor hora para ligar, e depois, é claro, ligar mesmo!

É elegante não constranger.

É elegante não censurar com expressões faciais e movimentos de cabeça. Se precisar dizer algo, espere o momento e o faça em particular.

É elegante não trocar olhares com outras pessoas em ambiente coletivo, pois você pode estar sendo observado por outras pessoas.

É elegante não deduzir. Se tem dúvidas sobre o significado de uma ação ou atitude, pergunte em particular ao interessado.

É elegante respeitar a fé alheia.

É elegante não afrontar o perdedor com sua vitória.

É elegante não constranger o vencedor com sua derrota.

É elegante mandar mensagens de agradecimento por coisas boas recebidas: de um convite para jantar a um toque.

É elegante dar espaço nas conversas para que todos falem.

É elegante ouvir o que dizem e não dar aquela impressão de que apenas parou para respirar ou retomar o assunto de onde antes havia parado.

É elegante não ocupar o espaço alheio com seu perfume, sua voz mais alta do que o necessário, sua conversa ao celular (em elevadores nunca, sob qualquer justificativa), sua música, sua festa, sua alegria.

É elegante não pré-julgar. Elegantíssimo não julgar.

É elegante ter sua própria opinião sobre fatos e pessoas, super deselegante herdá-la ou assumir antipatias alheias.

É elegante não ostentar. Humildade é sempre o requinte da elegância.

É elegante manter-se discreto e não há nada no mundo mais deselegante que cabotinismo.

É elegante saber esperar.

É elegante compreender (tudo que compreende é sempre maior do que o compreendido).

É elegante amar, deselegante fazer do amor um espetáculo público.

É elegante seguir conselhos, se os pedir, ou recusá-los com clara justificativa e profundo agradecimento pela disponibilidade do ouvinte. Jamais voltar ao mesmo amigo com o mesmo problema!

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

Educação enferruja por falta de uso.

(Autor desconhecido)

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Como tem gente precisando disto neste mundo….

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3 respostas para A Elegância do Comportamento

  1. Monica disse:

    Muito bom,poder aprender sobre educação e elegância.

  2. Fernanda disse:

    Elegantíssimo esse texto!!! Adorei! Abraços, Fernanda.

  3. Marcela disse:

    Sensacional!!!

    Coloquei no mural interno aqui, pois muita gente está precisando ler!

    Valeu, autor desconhecido!

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