Mascotes

Leitor atento espinafrou-me, em e-mail furioso, pelo fato de andar escrevendo Galo,Raposa,Tigre,Jacaré,Periquito…

Diz ele que tem horror à mania da imprensa de tratar os clubes pelos nomes de suas mascotes. Empatou comigo: também tenho horror, mas pensei que fosse assim.

Novo no ramo, procuro imitar os catedráticos. Não chego ao ponto de escrever escanteio no lugar de córner, ou de chamar juiz de árbitro, mas procuro assimilar o resto.

Estou na situação daquela pantaneira grávida, cujo filho encruou na hora do parto. Chovia a cântaros. Pelo rádio, pedimos avião de Corumbá, amarramos a excelente senhora numa poltrona, o piloto do Cessna deu motor e o teco-teco pilonou numa poça d’água, isto é, virou de ponta-cabeça, ficando com as rodinhas para cima.

Corremos lá, soltamos a parturiente do cinto que a mantinha de cabeça para baixo, ela saiu do avião perguntando: “Já chegamos?”.

Fiz-lhe ver que continuava no campo de aviação da fazenda em que morava. E ela, ainda assustada: “Pensei que fosse assim…”

Espinafrado pelo fiel leitor, prometo policiar-me. A partir de agora, Raposa é a seleção dos Perrellas, Galo é a turma do Ziza, e assim por diante. Só não posso escrever Mestre Ziza, para que os mais antigos não confundam o mineiro de Tiros com o craque Thomaz Soares da Silva, natural de São Gonçalo, RJ, Mestre Ziza ou Zizinho, um dos 100 Melhores jogadores de todos os tempos.


Por Eduardo de Almeida Reis – Coluna Tiro Livre – Jornal Estado de Minas – 05/04/2007

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