Resolvi trocar meu carro. Apesar de bem novinho, ele ja está começando a ficar meio rodado e resolvi trocar por um mais novo.
Entrei em contato com alguns amigos que trabalham com carro falando o que eu estava querendo e olhando os preços. Queria pegar um zero, porque segundo meu pai a melhor marca de carro é zero ! Tem garantia, não tem enganação de batidas nem nada.
Bom, no dia seguinte, um dos meus amigos me liga que tinha arrumado o carro que eu queria, do jeito que eu queria, com 1000 Km rodados apenas e com um preço que valia a pena !
Estranhei o porque de alguem vender um carro com apenas 1000 km rodados. O carro devia ter algum problema com certeza.
Quando perguntei ao meu amigo, a resposta foi:
” O carro não tem nada, quem tem é o ex-dono ! Ele morreu !”
Confesso que na hora eu achei que era brincadeira e até ri do jeito que ele falou mas quando vi que era sério fiquei meio cismado e não quis olhar o carro.
Coisa estranha né não ?! Já vem com uma carga esquisita.
Aí hoje no Estado de Minas, o meu guru Eduardo de Almeida Reis, solta no Tiro Livre a seguinte coluna:
Superbazar
Você compraria objetos confiscados do traficante Juan Carlos Ramirez Abadía? Não havia chuteiras e bolas de futebol, mas jipes turbinados, 20 TVs de plasma, “toneladas” de jóias e produtos de grife, centenas de óculos de sol e pares de sapatos importados, que custam verdadeiras fortunas nas lojas da Europa? Pois fique sabendo que tudo foi vendido, em poucas horas, num superbazar montado no Jockey Clube de São Paulo: relógios Rolex, Cartier, Bulgari e um Audemars Piguet, que vale US$ 229 mil. Não consigo imaginar o cronista-Fifa levando no pulso um Audemars Piguet, suíço, produzido desde 1875. Quando explicasse que se tratava de um Audemars Piguet, os amigos perguntariam: “Waldemar de quê?”
Tudo bem que o produto da venda seja destinado a instituições de caridade, mas o leitor já pensou em usar cueca que pertenceu ao chefe do cartel Vale do Norte, em Cali, considerado um dos maiores traficantes de cocaína do mundo? Já pensou num sapato Prada, preto, nº 39, sem uso, vendido por R$ 300?
O cavalheiro vai a uma solenidade em palácio e informa: “Meu sapato pertenceu ao Abadía”. Ao acrescentar que a cueca, comprada por R$ 1, também foi do traficante, vai ser uma gritaria: “Mostra! Mostra!” Aí, o sujeito passa a circular na solenidade palaciana de cuecas e sapatos pretos, porque o Brasil ficou maluco. Basta ouvir as declarações do mineiro José Alencar, para confirmar a maluquice brasileira. Sempre que o vice versa nos temas políticos, só diz tolices. Desta vez, falou que Lula já fez muita coisa, mas ainda tem muita coisa por fazer. Ora, bolas: na história da civilização, jamais existiu país que não tivesse muita coisa por fazer. Países não são toalhas ou camisetas de algodão, que saem prontas das fábricas. Convenhamos em que o vice versa, sem hífen, aí de cima, pegou bem à beça.
Quanto aos bens do doutor Abadía, acho que eu não teria coragem de comprar, mesmo sabendo que o produto das vendas será destinado a instituições de caridade. Não me agradaria ter um móvel, mesmo “digno de uma revista de decoração”, como li num jornal paulista, um jipe turbinado, um imenso televisor, qualquer coisa que tenha sido comprada com o dinheiro do tráfico. Bobagem? É possível…
Não sou só eu que tenho cismas não….
ADOREI o “vice versa, sem hífen”… muito bom! Quantos as cismas, voce não deveria se preocupar, se voce ainda não percebeu, são os vivos que nos assombram e não os mortos… 🙂 !